2009/06/22

Imprevistos…

O que é um imprevisto? Bem, basicamente, é um acaso. Algo que surge sem que se esteja à espera, algo que induz uma perturbação numa certeza. Porque falo nisso agora? Porque deparei com ele neste fim de semana mas, ao fim ao cabo, também já havia deparado com um no fim de semana anterior. Isto é tudo deveras volátil… passa-se um mês, uma semana a matutar numa ideia, obtemos a certeza e, de repente, surge um imprevisto e voltamos à estaca zero ou, pelo menos, até meia estaca. Recuso-me a deixar abalar por imprevistos, talvez porque eles me entram na vida a um ritmo alucinante. Umas vezes para cima, outras para baixo. Sim. Porque um imprevisto não tem que ser necessariamente mau. O do fim-de-semana passado acabou por ser bom e acabou por dar-me uma força que há muito não sentia. Teve o estigma de transformar certezas em dúvidas, introduzir variáveis na equação e, consequentemente, obrigar a um repensar. Mais que não seja, só por esse ponto, valeu a pena.
Bem. Atrás desse imprevisto fui, de cabeça admito (engraçado como esta metáfora acaba por ter um duplo significado face a esse mesmo fim de semana…), lutei e continuarei a lutar porque, como já referi, não sou homem de baixar os braços e quando tenho a sorte de ver um caminho percorro-o até onde conseguir. Normalmente até aquele ponto em que não tenha outra saída senão a da inversão de marcha.

Este fim-de-semana deparei-me com outro imprevisto e da noite para o dia contrariei-o e procurei um plano de recurso. Tinha que contrariar a tendência dos domingos. Decidi ir até à praia e ainda consegui tirar umas fotos, para ser mais preciso várias da mesma ideia. Uma ideia que tive e que quis oferecer. Nesta fase acabei por me deparar com mais um imprevisto pois fiquei sem bateria no telemóvel… A experiência de outros tempos indicou-me que a verdadeira máquina fotográfica deve andar sempre no carro e lá fui buscá-la. Atravessei a praia, máquina na mão e com a certeza que todos me olhavam como o voyeur que ia fotografar as “gajas da praia”. Que se lixe a foto e o destino dela valiam o peso dos julgamentos e também já me deixei de importar com o que as pessoas pensam. Quem me conhece sabe o que valho e a quem me quiser conhecer terei todo o prazer em mostrar-lhe. Os restantes de certo passam bem sem mim e eu sem eles.

Não foi um domingo fascinante mas também não foi mau. Foi um domingo passado comigo mesmo mas felizmente também já aprendi a tolerar-me. Em grande parte deve-se ao facto de a má disposição já não me assolar, à certeza de tornar a ser boa companhia para os que me rodeiam, ao conformismo com a instabilidade que acabou por me devolver, entre outras coisas, a esperança, a confiança no deixar fluir e a certeza de que só quando algo te encontra é que o deves procurar.

Deixo-vos uma das fotos da ideia (como vos disse, a ideia, foi oferecida mais acho que não se vai importar que eu a partilhe com todos vós) e uma música para começar em grande a semana.
Uma boa semana para todos vós e o que importa é viver o momento como se não houvesse amanhã. Até uma boa chatice vivida intensamente acaba por nos fazer sorrir numa fase posterior.

Que seja o que for e que não lamentemos o que não foi simplesmente porque nos recusámos a vivê-lo intensamente.



4 comentários:

  1. Eu também fui á praia...ver as gajas, claro :)

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  2. O imprevisto da semana passada foi tão bom , que teve direito a cereja no topo do bolo lol :P

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  3. No topo do bolo não, no topo da tola! Eheheh!
    Deixa lá, o imprevisto faz parte da vida; se não fosse isso, a vida era monótona e aborrecida, às vezes é preciso cair para depois nos erguermos com mais força.
    E quem me dera ter passado o domingo na praia, nem sabes a sorte que tens!

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  4. Que venham mais imprevistos... para colorir a vida!

    Beijinhos e força ai!!!

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