2010/03/10

Como diria o Godinho... "Que força é essa?"

Este não é, de certeza, um blog para fracos.

2010/03/08

Mais um ano a marcar a efeméride

O ano passado, por esta data, escrevia um post dedicado às mulheres. Queixava-me que não as compreendia e questionava-me se ainda existiria espaço para o romantismo.

Um ano depois confesso que ainda continuam a ser um mistério, mas hoje sinto que o romantismo ainda tem os seus dias de vida.

Como diria Oscar Wilde – "As mulheres foram feitas para serem amadas e não para serem compreendidas".É certo que são palavras de um gajo um tanto ou quanto “abichanado”(segundo consta) mas, como isto é um blog liberal, todas as opiniões são tidas em conta. Aliás, se calhar até foi esse seu lado mais feminino que o fez tirar esta conclusão.

Não quis deixar a data em branco mas desta vez, a minha visão em relação à mulher salta do “I Started a joke” de Faith no More para “Primeiro gomo da tangerina” do nosso Sérgio Godinho.

Um feliz ano para todas as leitoras do blog :)

2010/03/04

A salvação da alma vem acompanhada de um pires de tremoços...

Hoje estou no modo correcto para este blog, isto é, com aquela apetência natural para reclamar. Aliás, acaba por nem ser reclamar, divagar talvez seja o termo correcto.

Apetece-me divagar pelo meu ser actual e pelas minhas convicções. Dando, como sempre, as habituais abertas para que cada um se possa identificar. Um exercício de interiorização perante um estimulo externo.
Não sei para onde possa levar este texto. Não sei mesmo. Vou deixá-lo fluir. Nem tudo está perdido. Relaxem. Sei por onde começar.
Começo pela fase que tenho atravessado, uma fase calma em que tenho feito os possíveis para me manter na clandestinidade do meu ser, isto é, tenho andado por aqueles recantos obscuros de mim mesmo que queria conhecer e dominar. Tenho experimentado a tolerância e a calma de deixar que alguém assuma e decida por mim.

Tenho feito os possíveis por estar no meu canto e tentar passar despercebido. Tenho sido um tolo atento. Um tanto ou quanto despersonalizado (nunca em demasia porque nunca fui tão bom actor). Nunca para aqueles que gosto pois com esses não consigo usar capas. Tenho experimentado colocar-me noutras vidas, imaginar como os outros pensam e sentem. Perceber se certas convicções e valores que possuo são bem fundados ou se, por outro lado, são simples devaneios de um engenheiro que quer ver mais do que matemática e números. Tenho pensado sobre o que sou e quero ser.
Há 5 meses achava que queria ir para África, Ásia ou América do Sul(tinha que ser uma cultura de tal forma diferente que me provocasse um choque). Queria dar o corpo pelo trabalho, alimentar-me deste para não ver mais nada. Ganhar dinheiro e, quem sabe, não me tornar um ser execrável com muito dinheiro, solitário, frustrado e indiferente face a tudo o que me rodeasse. Há quem diga que o dinheiro não compra tudo.Será? O dinheiro até "amigos" compra (atente-se nas aspas).

Estou curioso... seria(será?) possível que eu algum dia me tornasse nesta pessoa? Se todos partimos mais ou menos do mesmo ponto. Se o meio é, em grande parte, responsável pela formação do nosso ser. Se estamos sempre em constante evolução (mal das "crianças" que estagnam) poderia eu, experimentando outros estímulos, repensar e mudar os meus "valores"? Bem... nunca digas nunca... mas espero bem que não. Senão porque razão estaria eu a pensar hoje sobre isto?

Mas andei lá perto. Andei baralhado. Estava um gajo sem alma... em que, a pouca que eu tentava prender, me era roubada pelo trabalho da altura. Questionei as minhas prioridades e os valores que defendia. Perguntei-me se termos como honra, honestidade, sinceridade ou consciência(entre outros) não seriam invenções de um gajo qualquer que, pregando-os, aproveitava para enganar, comer e roubar aqueles que o ouviam. Eu já não digo nada... é que, efectivamente, hoje em dia existe gente a fazê-lo...

Agora lanço, provavelmente, a frase da polémica. A minha alma foi salva pela cerveja. Desde já aproveito para dizer que a Super Bock é a verdadeira. O resto são genéricos feitos por laboratórios duvidosos.

É verdade meu povo(é sempre bom usar a palavra povo quando se tenta converter alguém a uma determinada seita)! Aquelas noites de finos, desculpas para boas tertúlias, que fui bebendo na companhia inteligente e bem fundada de valores de um grande amigo, salvou-me a alma. Para ambos eram fugas ao trabalho e, para mim, tinham um pendor extra de me reencaminhar o pensamento. Sei lá... também podíamos ser dois enganados armados ao iluminado.

Voltando ao dia de hoje, posso dizer agora, que sei novamente aquilo que sou e que é isto que quero ser no futuro. Sou alguém que conserva as boas memórias do passado e que transforma os erros cometidos em lições e alertas para o futuro. Alguém que cada vez mais vive o presente mantendo um equilíbrio saudável entre o apetecido(impulso) e o que tem que ser devidamente medido(ponderação/reflexão). Este equilíbrio é a chave. Há alturas em que é preciso largar a ponderação e aproveitar o impulso. Há alturas em que o impulso por si só nos condena à destruição. Se por um lado não vale a pena pensar muito nas coisas pois o futuro pode acabar ao virar da esquina, outras há em que ao virar da esquina podemos encontrar um espelho do passado.

Como encontro eu este equilíbrio? Tenho uma teoria baseada na pouca experiência que ainda tenho. E recorro a esta, aos conselhos daqueles em quem confio(sendo importante a sinceridade com que exponho as coisas mesmo que isso signifique a minha própria exposição) e, numa grande dose, observando os erros ou comportamentos dos outros. Não para criticar mas para reflectir sobre estes, compreender as suas motivações e razões pois nunca se sabe quando o mesmo mal nos pode bater à porta.

Este também foi um ponto onde mudei. Antigamente caso achasse que alguém estava num caminho errado, alertava-a. Hoje, apercebi-me que as pessoas são por demais teimosas e que são raras aquelas que são tolerantes a um "aviso" ou ao facto de serem confrontadas com outro caminho. Há pessoas que simplesmente acham que o rumo que traçaram é o ideal e se recusam a ver para além desse. Pessoas que vivem no mudo das certezas e recusam a possibilidade. Medo? Teimosia? Preguiça? Resistência á mudança? Orgulho? Sei lá... Se calhar um pontinha de tudo.

Eu, falando por mim, quero é que me mostrem vários caminhos. Que me confrontem com eles. Que mos esfreguem na cara caso eu me recuse a vê-los. Eu próprio confronto-me com eles diariamente, por vezes basta um filme, um livro ou até mesmo uma situação qualquer, de alguém totalmente desconhecido, que observe na rua.

Uma coisa eu sinto neste momento, não vou estar unicamente preso a um futuro idílico(nem que tenha sido aquele que eu sempre imaginei para mim). Não me vou precipitar para ele a todo o custo. Viver para esse futuro é queimar o presente. Há que reagir aos estímulos do dia a dia (nunca descurando de uma reflexão sobre estes) e tomar decisões para o presente. Medir o que temos e o que podemos perder. Saber efectivamente o que queremos. Não ceder imediatamente a apetites momentâneos mas também não ficar preso a "imposições"(pessoais, sociais, profisionais, religiosas...) futuras. Há que saber ouvir. Há que saber ler. Há que saber sentir.

Um abraço a todos aqueles com quem tenho o privilégio de poder partilhar a vida.