2009/10/27

Quero desafios...

Pois bem minha gente. Claramente, não tenho escrito nada de jeito neste blog. Não ando contente com ele. Ando numa fase de excessos do que é mau e faz mal, de défice do que é bom e faz bem. Andei a dar demasiada importância aquilo que nada traz. Quero mudar. Quero puxar pelo meu lado activo... criativo... imaginativo... abstracto. Necessito de soltar-me do real. Conto com a vossa ajuda.

Por tempo indeterminado e, enquanto forem surgindo desafios, este blog será alimentado assim.

A ideia:

Lancem-me desafios. Frases, conceitos, seja o que for. Quero traduzi-los por meio de uma foto e uma música. Passem o blog aos vossos amigos, quanto mais desafios melhor. Peço-vos é que não revelem a minha identidade. Façam pedidos como anónimos caso queiram esconder algum lado vosso. E digo isto pois tenho-me apercebido que muita gente tem receio do seu lado sentimental, vergonha de chorar, vergonha de sentir. Da minha parte já sabem que me estou pouco borrifando para isso. Eu preferia que criassem um cognome que nos ajude a identificar na nossa pequena comunidade(ou pelo menos que eu o consiga). Para estes último prometo uma resposta,tanto quanto possível, direccionada.

Acho que desta forma consigo dar alguma intensidade ao blog e algum propósito. Não prometo respostas rápidas ou priorizadas.Primeiro porque o tempo é escasso e tenho outra vida para além disto. Depois porque quero encarar este desafio de uma forma "séria" e sincera e, por isso, também os desafios baterão naquilo que eu for sentindo.

Entrando já eu próprio no desafio lanço dois exemplos. Admito que vou violar as regras. Ora essa, estou no meu direito. Fui eu que crie o desafio :) Digo que violo porque vou colocar duas fotos, muito recentemente, tiradas por mim e duas músicas que (me) tocam constantemente no meu dia a dia. As frases/conceitos, admito, surgiram depois. Servirão pelo menos de exemplo do que se seguirá. As músicas considero que descrevem perfeitamente. As fotos poderão não traduzir tão bem - há que admitir as minhas limitações :). Poderia ter escolhido fotos mais antigas ou esperar por tirar novas, mas, estou farto do passado e quero uma postura diferente para o futuro.

Os exemplos:

  • Um Amor sem vida ou uma vida sem amor nada traz senão solidão.(uma frase)







  • O Medo (um conceito)






Outono

Passagem da luz para a bruma,
A cada dia menos Sol, menos brilho.
Perceber ilusões, evitar desilusões.

Vento, muito vento.
Medos, desnortes.
Içar a vela e partir.

Nem frio nem calor.
Coração quente mas dormente.
Abafar, Desabafar.

Chuva, muita chuva.
Coração alagado.
Coração lavado.

É Outono.
Época de mudança.
Largar folhas, entregá-las à sarjeta.

Época de sementeiras.
Saber o que plantar,
Lembrar o passado, bem colher no futuro.

2009/10/22

Viver em sociedade

Hoje vou contar uma história, ou melhor, duas. A do ciganito e a do menino rico. São duas histórias contemporâneas, tão falsas quanto possíveis de existir.

O ciganito cresceu na sua comunidade pouco regrada, habituado a ter que fazer pela vida. Foi crescendo sem apoios, sem ser guiado. Sem que lhe ensinassem o que era certo e o que era errado. Deixado à deriva e impedido de estudar porque se achava isso nada lhe traria. Ciente de que os seus pedidos não seriam ouvidos e que os seus desejos nunca passariam da sua cabeça e sempre descartados. As suas vontades reger-se-iam pelas do patriarca Vivia a marginalização de ser diferente de toda a outra sociedade. Um inadaptado porque as suas regras e vivências não eram bem vistas pelos “adaptados”. Queria brincar, estar com os outros, mas os outros não queriam estar com ele. Ele era um inadaptado… um sem regras… alguém a afastar. Foi crescendo e procurando maneiras de fazer dinheiro fácil e, se possível, sem ter que dar parte dele à sociedade que o marginalizava. A revolta foi aumentando. Um revoltado.

O menino rico, filho único, tão só porque os pais não tinham tempo para mais, cresceu num colégio privado, um dos melhores e muito bem reputado. Cresceu sujeito a uma infância rigorosa. Sem tempo para nada. Uma infância roubada através de brincadeiras controladas e definidas por tutores… adultos. Carências afectivas compensadas por bens materiais. Obrigado a estudar para algo que ele não queria ser. Ensinado desde cedo que o mundo era cão, que era necessário ser-se esperto. Não dar abertas. Uma imposição de ser sempre melhor que os outros e a qualquer preço. Competitividade e ambição desmedida eram as palavras de ordem. Obrigado a crescer muito rápido sem decisão sobre o rumo a tomar. Foi-se tornando cada vez mais impiedoso e senhor de si mesmo. Comendo tudo e todos os que lhe aparecessem à frente e sem lugar para amigos, que não fossem de seu interesse.

Em comum? Duas pessoas transformadas pela sociedade, um porque tentou fugir dela e, consequentemente, tornou-se numa vítima desta… outro porque simplesmente acatou todos os “valores” que esta transmite e se tornou no seu expoente máximo. Haverá um meio-termo? Como terá crescido e viverá quem se encontra neste ponto? Como eu? Como classificar-me? Um eterno descontente que se vai acomodando?

Tentemos aprofundar um pouco as histórias. Onde estarão os dois personagens agora?
O cigano é pai de uma série de filhos, trata-os pior do que o pai o tratou, espelha a sua revolta neles e receio pelo expoente de revolta que estes acumulam.
O Homem de negócios tem mais dinheiro do que necessita, vive sozinho pois filhos são uma perca de tempo… talvez pense nisso quando necessitar de assegurar a descendência dos seus bens. Será ele feliz?

Onde estou eu agora?

Com um blog onde tenho a mania que reclamo, onde exteriorizo aquilo que vou sentido e que muitas vezes sou obrigado a engolir, tão simplesmente porque tenho que desempenhar um papel nesta sociedade. Nesta sociedade onde serei comido pelo Homem de negócios e sofrerei a revolta do cigano.

Afinal tudo conflui. Estamos todos na mesma corrente.

2009/10/15

Em fase de reflexão

Tentei escrever alguma coisa mas não consigo. Tenho a cabeça a uma velocidade vertiginosa. As ideias chegam-me tão rápido quanto me fogem. Estou numa fase de inconsistência. Numa fase desconcentrada.

Cansaço.Muito cansaço!

Muita coisa em que pensar. Muita coisa a acontecer. Poderá estar tudo para mudar! Medos! Decisões!

Fase de muita exigência nas várias componentes, sentimental, social, profissional, familiar e pessoal. Muitos pesos aos ombros, uns colocados por mim outros simplesmente vieram cá parar. Muitos motivos de desfoque e é obrigatório focar em todos. Fase de pouco tempo! O que sobra, do tempo, é usado para escutar, observar, digerir!

O caos.

O descontrolo que nunca poderá ser total.

Fase de erros(e lido tão mal com eles...). Fase de procura de soluções. Fase de procura de motivações. Fase de auto-motivação, introspecção e fortalecimento.

Obrigado aos que vão escutando e mais ainda aos que opinam sem receios e que são directos, críticos e sinceros.

Está quase! Um pouco mais de paciência...