2008/12/16

Always look on the bright side of life

Por uma mão cheia de razões, que não interessa aqui referir, o meu estado mental tem alternado entre dois pólos. Ora deprimido, ora alegre. Ora receoso, ora confiante.

O que me tem irritado é o facto de que o meu blog só reflecte o lado negro. O que me irrita agora é que o lado negro tem aparecido cada vez com menos frequência. O que me irrita é que estou desde há uma hora a escrever frases que depois apago. O que me irrita é que se calhar só consigo escrever quando estou no lado negro.
Sinto-me frustrado e falso, porque até nem estou irritado e só por estar a ser falso já me começo a irritar, verdadeiramente!

Algo é certo, fico triste por não conseguir escrever. Queria escrever sobre as conversas que tenho tido. Queria descrever o quão bem me sinto por conseguir falar melhor, por conseguir falar de coração aberto sem receio de opiniões ou julgamentos. Adoraria enunciar um conjunto de conclusões retiradas deste fim-de-semana extremamente tertuliano. Gostaria de explicar o porquê de ao fim de tanto tempo ter tido um domingo bem-disposto.
Em especial, gostaria de explicar a razão de, actualmente, me exprimir melhor numa conversa “tet-a-tet” do que através da escrita – um facto anormal. Será por falar de peito aberto, será pelas pessoas com quem tenho falado? Não sei…

Sei que hoje tive um dia de merda (perdoem a expressão) em que saí bem mais tarde, aturei espanhóis (falta pouco pá…falta pouco…), tive que escrever não sei quantos documentos para assegurar a passagem de conhecimento à próxima vitima (é o único nome a chamar) e, no final, como se não bastasse, já a sonhar com o belo bife de vitela que ia fazer, a “porra” da linha de metro é interrompida, obrigando-me a sair e procurar um táxi…
Não vou negar que me irritei mas também não tenho qualquer dúvida em afirmar que meia hora depois já estava tudo esquecido e, inconscientemente, ouvi uma música, proveniente de um dos filmes da minha vida, a trautear na minha cabeça.

Esta música e todo o ambiente satírico envolvente tinha em absoluto que partilhar convosco.




Há quem não tenha amigos, quem não tenha casa, quem não tenha família, quem não tenha Natal quem nem sequer tenha quem lhe dê atenção...
Há quem exista sem existir, esteja sem que ninguém repare, grite sem que ninguém ouça.

Eu reparo. Eu observo eu oiço e sou ouvido. Por isso sei que tenho, na minha vida, um lado brilhante a que me agarrar...

Para a próxima, se conseguir voltar a escrever, prometo mais coerência.

2008/12/11

Resposta ao desafio daquele gajo que não tem o "i"

segue a minha resposta ao desafio lançado pelo Rui.
O tempo é tanto que tenho que o entreter de alguma forma...hehehehe

O desafio consistia em escolher uma banda/musico e responder às perguntas abaixo indicadas com títulos de músicas da banda escolhida. Deveria também colocar uma foto do amanhecer... vá lá que se esqueceram de adicionar a parte do "se não responderes e não convocares pessoas para o desafio cair-te-á uma desgraça, desgraçada, em cima....."

Ora bem, foto não tenho aqui nenhuma, para além disso, quase todas as minhas fotos ao amanhecer devem-se a um anoitecer tardio...

O músico escolhido foi o Lou Reed porque se enquadra no tipo de música que agora quero ouvir. Porque é um génio musical. Porque tem os dois lados, o positivo e o negativo. Nick Cave muito negro, Jay Jay nem se fala. Perry Blake pouco por onde escolher...
Para os que pensavam que iria escolher Beck, surpreendi!

Ora segue lá com o bailarico que daqui a pouco vem a extracção do Bingo.

1. És homem ou mulher? - "Men Of Good Fortune"
2. Descreve-te - "Open house"
3. O que as pessoas acham de ti? - "Warrior King"
4. Como descreves o teu último (antes do actual) relacionamento? - "You'll know you were loved"
5. Descreve o estado actual da tua relação amorosa - "I'm so free"
6. Onde querias estar agora? - "New sensations"
7. O que pensas a respeito do amor? - "Vicious circle"
8. Como é a tua vida? - "Beginning of a great adventure"
9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? - "How do you speak to an angel"
10. Escreve uma frase sábia - "Tell it to your heart "


Pronto e assim ficam as minhas respostas. Ora para desafiar vou escolher (desafio uma porrada deles porque sei que metade não vai responder:
- Jorge "o Rodrigues"
- Tânia "a Delgado"
- Tatiana "a Ferreirinha"
- António "o Modesto Pereirinha"
- Alexandra "a Vieira"
- Pedro "O Fiuza"
- Debora "a Rodrigues"
- Paulo "o Mano"
- todos aqueles aos quais forneci o link do blog mas que eu não considerei que aceitassem o desafio...

Podem responder através de comentários.

2008/12/10

Cão como nós mas não do M.Alegre

Nesta minha ida para Aveiro no outro dia surgiu-me o seguinte pensamento, vou arranjar um cão. Ora este cão seria para adicionar a uma outra lista que eu já havia criado: Casa mobilada, mesmo em Aveiro, um LCD, MEO e mulher adias. Um colega meu respondeu-me – “Epah olha que isso mulher a dias, cão e mulher não vai ser compatível, eu se fosse a ti optava por um… sem dúvida alguma pela mulher a dias ou no limite arranja uma mulher que também seja mulher a dias (claro que esta já foi a parte a aparvalhar)”. Pensei nisto, pois se o conhecessem, saberiam que diz sempre as coisas por meias palavras e facilmente se chega à seguinte conclusão - a mulher a dias é a única que não rouba tempo nem causa chatices ou preocupações, antes pelo contrário. Tem o seu fundo de verdade, mas deixando de lado o a sátira vou explicar-vos porque desisti de ter um cão - mulher a dias é essencial, mulheres acho que não se arranjam perguntando nos minimercados da zona e por isso não dá para planear. Desisto porque neste momento, no meu trabalho sinto-me como um cão e não quero que o desgraçado do animal venha a sentir isto. Vejamos, estou sozinho num gabinete, não tenho com quem falar mas tenho que cá estar. Trabalho… esquece o que tenho é coisas para encher chouriços e porque um gajo se queixou e pediu trabalho –“Hummm ora deixa cá ver o que se pode arranjar”. Ter um cão implica alimentá-lo e fazer-lhe uma ou outra festa de vez em quando, desta forma, a mim dizem-me que sou essencial, que o que faço é extremamente importante e se posso adiar um pouco a minha saída (a bem da empresa está claro). É como chegar a casa, sentir-se sozinho, e aí assim reparar-se que se tem o cão e exigir dele companhia quando noutras alturas se deixou entregue a si próprio… sem nada de cão para fazer (pois que pode um cão fazer fechado em casa, seu ambiente antinatural).
Se o cão ameaça morrer ganha outro valor. Será por ele ou pela necessidade da companhia quando se chega a casa? E porque se calhar ele até é importante… leva-se ao veterinário, no caso paralelo apela-se à consciência ou ao valor monetário, e tenta-se que o desgraçado do cão, que tem uma existência infeliz resista para que nós tenhamos uma feliz.
Pois bem, porque não me quero tornar alheio a quem me rodeia, animal ou vegetal (por vezes um animal disfarçado), por ter consciência, por ser suficiente maduro (felizmente uma virtude), não vou provocar este sofrimento ao desgraçado do bicho e por isso tenho que abdicar dele.

Felizmente, no não fazer nada, deambulei pelo “youtube” (o guru dos que nada fazem) e encontrei uma música, que havia ficado esquecida por mim, e que ao ouvir e ver o videoclip transmitiu-me confiança e a alegria de que há mais gente preocupada e com sensibilidade para com gente. Muito bom.Ouçam e vejam com atenção.

Despeço-me com amizade e com o sentimento que consegui preencher mais um pouco o tempo. Agora vou almoçar, sozinho…


P.S.:Desculpem-me qualquer erro gramatical ou ortográfico, mas não me apeteceu reler... só mesmo escrever.

2008/12/02

Travessia Sinuosa



Inicias a viagem…
Uma voz grita-te de um abismo,
Ouve mas não saltes!
Uma gárgula cospe-te ao caminho,
Evita o cuspo mas mantém o percurso!
Uma doninha perfuma-te o ar,
Respira mas não cheires!
Um cobarde e invejoso rasteira-te,
Podes cair e aleijar-te mas tens de ser rápido a levantar!
Se no caminho uma igreja aparecer,
Pára para entrar mas não rezes!
Se encontrares um pedinte,
Não dês. Ensina-o como pode ganhar!
Se um dia uma bússola te desorientar,
Não duvides, é em ti que tens que crer!
E se no final não chegaste ao teu destino
Que tenhas a certeza de que por ti lutaste.
Que em ti confiaste.
Que a outros não ofereceste pena
mas sim força para lutar e acreditar.