2009/05/29

3 Palavras convergentes e...

Perfeição,
Entendimeto,
pureza,
Ainda não...

2009/05/25

Hoje estou deprimido!

Desenganem-se aqueles que julgam que é por ser domingo. Desenganem-se aqueles que considerem que são males de amor. Desenganem-se aqueles que acham que poderá ser por razões profissionais, sociais ou outras que tais. Quem me conhece bem decerto foi nestas razões que pensou.

Pois! Desenganem-se. A razão da minha depressão é muito simples, tal e qual a forma como agora encaro a vida. Estou deprimido porque esgotei os episódio do “How I met your mother” (não é um filme pornográfico, apesar de ter que concordar que foi a primeira coisa que me passou pela cabeça quando me disseram o nome). Acho que o melhor termo até acaba por ser desassossego. Como diria o meu grande amigo Ursdens (o do projector no sotão) - “Há quem leia livros, veja filmes, oiça música, etc., para nisso tentar encontrar um sentido para a vida”.A música que ouço selecciono-a com base no estado de espírito.

No que toca a filmes/séries ou livros não faço qualquer selecção ou, quando feita, somente por género. Vejo ou leio normalmente o que me aparece à frente e, para o provar, faço aqui uma revelação chocante – Já li, até ao fim, livros da Danielle Steel simplesmente porque estavam ali à mão! A música consegue ainda ter um efeito mais surpreendente, acaba por funcionar como uma base cronológica. Uma determinada música lembrar-nos-á para sempre de uma fase ou alguém. Mas como não é sobre esta que quero falar, largo este tema para uma outra ocasião.

Onde quero chegar é que em todos existe um ponto comum – a intensidade do sabor que deixam varia consoante o que sentimos quando vemos, ouvimos ou lemos e esta sensação é obviamente condicionada pelo nosso estado de espírito.

Eu simplesmente não consigo ver um filme/série (largo também os livros pela necessidade de afunilar o texto) sem que entre lá para dentro. Viver um personagem, uma situação, uma vontade ou um desejo. Quanto maior for o ponto de convergência, quanto mais me conseguir identificar maior o sabor que fica. Coisas que numa determinada altura passariam despercebidas ganham um peso brutal simplesmente porque parece que o estamos a viver. Parece que o filme foi escrito a pensar na nossa cabeça ou coração. Depois faz-me pensar, surgem as imediatas comparações, tiro conclusões ou aumento dúvidas. Não o levaria ao extremo de encontrar um sentido para a vida mas pelo menos ajuda a encarar esta.

Ora todo este paleio para dizer que o “How I met your mother” surge no momento certo. Deu-me ganas(pareço o Camacho) de viver, deu-me ganas de aproveitar, deu-me confiança para relaxar fez-me ver tudo o que tenho e mais que tudo fez-me ver que é preciso calma. Posso inclusive referir que me incutiu um certo senso místico, comecei a confiar no destino e no deixar as coisas correr. Não consigo explicar - daí o lado místico e não, não se preocupem que não vou ler o “Segredo” - mas sinto que caminho no sentido certo, a passos bem medidos e com olhar atento. Ainda não sei qual o destino final mas sei o que quero para o meu futuro, agora é ler as placas.

Sobre a série simplesmente não falo! Vejam. Mas posso garantir que todos os receios, duvidas, incertezas satisfações e insatisfações que sentem estão perfeitamente lá retratados de uma forma satírica (recorrendo ao exagero cómico) mas com aquele fundo de alguém que queria transmitir algo. Ou então, foi simplesmente a minha maneira de ver as coisas… face ao meu estado de espírito… Não sei... Arrisquem. Têm quatro “seasons”, de 24 episódios cada, para ver… eu já as esgotei.

2009/05/14

28(18+10)

Avizinha-se um texto complexo que, para mim, é complicado escrever, extremamente dificil de manter, impossível de persistir num fio e numa coerência de discurso. Uma série de ideias iniciadas, muitas delas descartadas e outras que com certeza serão reaproveitadas. Umas com essência, outras nem por isso. Muitos desabafos, muitas incertezas, muitas questões e milhares de certezas acompanhadas de receios.
Esta é uma fase de redefinição, a fase que une os 25-28. Não sei se durará mais tempo pois a experiência dos 28 ainda é curta mas, face à reflexão que lhe tenho dedicado e às conversas que tenho tido com quem também gosta de reflectir, posso indicar que é normal e que será superada – uma espécie de segunda adolescência - em que cada ser individual acaba por lidar com ela de maneira distinta (felizmente não somos todos iguais). Em que a forma como a ultrapassamos e encaramos, tem repercussões no percurso que se avizinha. Uma fase transitória em que vivemos num limbo entre o “eternamente jovem” e o “estou a ficar velho”. Uma fase em que misturamos num copo o passado, o presente e o futuro acabando por perder a noção do que estamos a beber.
É engraçado como achamos que os 18 (o topo do pós 1ª adolescência) marcam o início da independência. Larga-se o ninho, parte-se para outras paragens mas, na realidade, continuamos dependentes. Mais que isso, continuamos inconscientes. Não compreendemos o que na realidade é a vida, o que na realidade são traições, jogos, más influências ou o peso de más decisões. Simplesmente continuamos a ser amparados, continuamos dentro de uma redoma que nos segura os sonhos, as ilusões e as convicções. Somos felizes com o que temos e fazemos planos para quando tivermos aquilo que julgamos que é importante e que ainda não temos. É uma maravilha! Farei isto, serei aquilo… um mundo cheio de novas oportunidades.
Nessa altura o tempo passa devagar, com tempo para tudo. As hipocrisias praticamente não existem pois o dinheiro é pouco, posições, pressões, obrigações ou disputas não existem. Achamos que somos reis do mundo, que temos força para mudar mentalidades e que realmente iremos construir algo. Olhamos e vemos as boas amizades que conservámos desde os 18 e as boas amizades que fizemos a seguir. São tantas que acabamos por ganhar a convicção de que nada se vai perder porque temos o direito à escolha e estaremos sempre todos juntos.
Depois entramos nesta fase, os sonhos rompem-se, questionamos tudo e todos. Questionamo-nos a nós próprios. Saltamos entre o eufórico e o disfórico. Receamos tudo o que esteja relacionado com o futuro. Custa-nos encarar a solidão. Não estamos habituados a ela. Tivemos sempre tanta gente boa à nossa volta. Chegamos a duvidar da expressão popular “mais vale só que mal acompanhado” e temos vontade de arriscar unicamente por medo. Para ajudar na festa, venha a crise, traga com ela a insatisfação geral e a insegurança. Atire com a nossa confiança, que já não estava alta, para um plano raso. Comentemos entre nós que anda tudo doido mas sem que antes nos vejamos ao espelho. Olhamos pelo ombro e damos por nós a pensar “quem me dera estar assim ou ser assim”. Surgem as questões. O que fizemos? O que gostávamos de ter feito? O que faremos? Para onde queremos ir? O que queremos fazer? Teremos escolhido bem? Teremos agido bem? Queremos a estabilidade. Onde é que ela está? O que é a estabilidade?
E Hoje? A caminhar. Descobri que existe a esperança. Descobri que é preciso calma. Descobri que é errado seguir direcções, pior ainda evitar cruzamentos e ganhei a convicção de que os desvios me irão conduzir ao sítio certo. Não preciso de me precipitar, cairia no erro que outros caíram. É necessário deixar fluir. Deixar o tempo correr e na altura certa agir. Começo a ganhar percepção daquilo que quero mas por enquanto evito. O tempo é de aguardar, esperar por sinais, por sensações e então aí agir. Não desejar mais do que aquilo que vier ter comigo. Não procurar, muito menos forçar.Claro que continuo com receios, muitos dos quais impedem certezas, há que os resolver. Descobri coisas sobre mim. Viajei pelo passado, revisitando sensações e situações. Por mais que por vezes custe olhar para ele, este nunca deve ser enterrado. Nele se encerram resoluções que nunca foram encontradas e explicações para o que sentimos agora. Numa próxima viagem, espero que quem se encontra nela tenha gostado de a fazer, relerei textos dos meus 18/19 anos. Desde já prometo colocar aqui um deles - o mais revoltado deles todos.

Se chamaram à primeira adolescência a idade da rebeldia, perdoem-me a displicência, de apelidar esta segunda de "a idade do susto".

Para terminar gostaria de dizer que esta é a minha opinião. Como referi anteriormente, cada qual tem a sua maneira de lidar com ela, de a analisar e ultrapassar. Esta é a opinião de um sonhador. Quis partilhá-la convosco e gostava de deixar o repto para que cada um de vocês deixasse também a opinião sob a forma de comentário.