2008/11/04

Dicotomia da Vida

Ultimamente tenho pensado na vida e em particular na minha. A dos outros, muito sinceramente, cada vez me diz menos respeito e cada vez menos me digno a comentá-la ou aconselhá-la. Chegou a altura de pensar em mim e, mais que isso, de agir por mim sem pensar nas consequências ou efeitos que isso provoca em outrem. O mundo cada vez está mais pesado para ser carregado às costas e muito menos nas minhas. Um decisão de Dr.Jekyl em relação a algo transforma-se numa acção de mister Hyde para outros, é assim que deve ser a vida e é assim que a vou viver de agora em diante. Quero procurar o meu espaço e tenho a certeza que o vou encontrar, peço desculpa a transtornos que possa criar pelo caminho mas chegou o meu tempo, o meu tempo de me encontrar. Quero equilibrar a balança, juntar os caminhos, unir os dois reflexos. Já sei qual é o primeiro passo a seguir, bazar de Lisboa. Está podre. É um mundo de aparências em que qualquer dia até o homem do talho usa fatinho e é apelidado de “consultor de carnes”. Falsas amizades de ocasião, falsos sorrisos, falsa ideia de um salário melhor, piores expectativas de uma vida melhor. Cidade impessoal e solitária como alguém me disse e que posso testemunhar a favor. Muita miséria e pobreza, pouco saudável para quem anda na rua com olhos de ver.

Posso no entanto dizer que existem coisas que me deixarão saudades. O movimento que, sem nos darmos conta, nos transmite e incute alguma energia. As conversas que tive com duas pessoas, com as quais falava de seis em seis meses e agora falo de mês a mês, quando corre bem, de semana a semana.Foi mais uma experiência, bastante enriquecedora em sensações e vivências e da qual tiro a certeza de que se um dia tiver que para cá voltar sei o que me espera e sei que me conseguirei adaptar. Mas agora não me apetece, quero viver, quero ser passivamente activo, preocupar-me em relaxar, trabalhar para enriquecer o espírito e a alma, refazer o puzzle , recompor o circulo “Yin Yang”… Em suma, vou redefinir-me, lutar por mim e pelo meu bem-estar. Não esqueço o factor monetário, sobrevalorizo o factor EU e a minha essência. Quero sentir-me realizado a todos os níveis e sei que o vou conseguir. Confiança nunca me faltou, por vezes sofre uns abanões, mas destes ganham-se experiências e defesas para a reforçar. Avante camaradas, a luta continua!

Feita uma nota introdutória sobre motivações dedico-me agora ao blog em si. Recentemente tenho ouvido comentário de que para mim tudo está mal e que nunca estou contente. Dependendo das circunstâncias há quem o diga a brincar, há cá em o diga porque lhe apetece e há aqueles que se calhar até têm razão. Por isso o nome deste blog e mais importante, a razão deste blog. Aqui vou criticar, vou ser cáustico, vou exorcizar o meu mau feitio. Aqui só vem quem quer, só lê quem quer, só comenta quem quer e por isso não poderei ser acusado de resmungão ou grunho (uma palavra de carinho de um amigo :p). Outra das razões deste blog resulta também de uma outra conclusão que retirei da reflexão a que me propus. Eu não escrevo sensivelmente há dez anos e era um dos meus veículos preferidos de desabafo. Não descartando uma boa conversa, está claro, mas por vezes a escrita transmite mais que a voz. E por vezes algo que se escreveu, quando transmitido à pessoa correcta, dá azo a uma conversa. Mais uma dicotomia… a da palavra escrita “vs” a falada. Em dez anos os tempos mudaram, hoje publica-se facilmente algo na Web, passa-se a palavra em tempo real com a desvantagem de que fica acessível a toda a gente. Exige por isso outro cuidado… ou talvez até não, pois também nada tenho a recear ou esconder. Fazendo uso do discurso do político, aquele das promessas, indico como será definido este blog começando talvez por aquilo que não terá ou será (por esta razão é que nunca darei para politico começo sempre por aquilo que não posso oferecer…). Não terá “postas de pescada” diárias mas sim quando me apetecer. Não será um diário, daquele tipo “hoje fui ao mini-preço e comprei 3 latas de atum e uma lasanha de espinafres”. Não terá “meias palavras” e portanto o que me apetecer dizer, direi! Mais uma vez saliento que só lê quem quer. Prometo (agora é que vem o acima citado) que terei algum cuidado a nível gramatical e ortográfico (agradeço que me avisem caso encontrem um “k” ou um “x” perdido), que tentarei sempre completar texto com uma foto minha (algo que também tenho urgentemente que recomeçar a fazer…) e prometo algum bom humor e ironia no texto.

Dou por terminado o paleio.

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