2009/06/25

Jogo duplo...

Não entendo
As vezes verde mas com rápidas mudanças para vermelho
O melhor é parar sempre…

Hoje faz sol!
Amanhã faz chuva.

Querer entender… perceber… solucionar
Uma equação sem variáveis
Entre sistemas complexos com propriedades…
MUTANTES

Entenda-se.
Não há quem entenda.
Tenta…
E chegarás ao beco.
Nada a fazer
Dá meia volta,
Apanha outro cruzamento

Ai a porra!

Muitas máscaras e facetas,
Um só objectivo…
Ludibriar…
Hoje, mais velho, adulto e maduro
E cada vez com menos percepção…
Resta-me rir e esperar que um dia alguém me explique.

2009/06/22

Imprevistos…

O que é um imprevisto? Bem, basicamente, é um acaso. Algo que surge sem que se esteja à espera, algo que induz uma perturbação numa certeza. Porque falo nisso agora? Porque deparei com ele neste fim de semana mas, ao fim ao cabo, também já havia deparado com um no fim de semana anterior. Isto é tudo deveras volátil… passa-se um mês, uma semana a matutar numa ideia, obtemos a certeza e, de repente, surge um imprevisto e voltamos à estaca zero ou, pelo menos, até meia estaca. Recuso-me a deixar abalar por imprevistos, talvez porque eles me entram na vida a um ritmo alucinante. Umas vezes para cima, outras para baixo. Sim. Porque um imprevisto não tem que ser necessariamente mau. O do fim-de-semana passado acabou por ser bom e acabou por dar-me uma força que há muito não sentia. Teve o estigma de transformar certezas em dúvidas, introduzir variáveis na equação e, consequentemente, obrigar a um repensar. Mais que não seja, só por esse ponto, valeu a pena.
Bem. Atrás desse imprevisto fui, de cabeça admito (engraçado como esta metáfora acaba por ter um duplo significado face a esse mesmo fim de semana…), lutei e continuarei a lutar porque, como já referi, não sou homem de baixar os braços e quando tenho a sorte de ver um caminho percorro-o até onde conseguir. Normalmente até aquele ponto em que não tenha outra saída senão a da inversão de marcha.

Este fim-de-semana deparei-me com outro imprevisto e da noite para o dia contrariei-o e procurei um plano de recurso. Tinha que contrariar a tendência dos domingos. Decidi ir até à praia e ainda consegui tirar umas fotos, para ser mais preciso várias da mesma ideia. Uma ideia que tive e que quis oferecer. Nesta fase acabei por me deparar com mais um imprevisto pois fiquei sem bateria no telemóvel… A experiência de outros tempos indicou-me que a verdadeira máquina fotográfica deve andar sempre no carro e lá fui buscá-la. Atravessei a praia, máquina na mão e com a certeza que todos me olhavam como o voyeur que ia fotografar as “gajas da praia”. Que se lixe a foto e o destino dela valiam o peso dos julgamentos e também já me deixei de importar com o que as pessoas pensam. Quem me conhece sabe o que valho e a quem me quiser conhecer terei todo o prazer em mostrar-lhe. Os restantes de certo passam bem sem mim e eu sem eles.

Não foi um domingo fascinante mas também não foi mau. Foi um domingo passado comigo mesmo mas felizmente também já aprendi a tolerar-me. Em grande parte deve-se ao facto de a má disposição já não me assolar, à certeza de tornar a ser boa companhia para os que me rodeiam, ao conformismo com a instabilidade que acabou por me devolver, entre outras coisas, a esperança, a confiança no deixar fluir e a certeza de que só quando algo te encontra é que o deves procurar.

Deixo-vos uma das fotos da ideia (como vos disse, a ideia, foi oferecida mais acho que não se vai importar que eu a partilhe com todos vós) e uma música para começar em grande a semana.
Uma boa semana para todos vós e o que importa é viver o momento como se não houvesse amanhã. Até uma boa chatice vivida intensamente acaba por nos fazer sorrir numa fase posterior.

Que seja o que for e que não lamentemos o que não foi simplesmente porque nos recusámos a vivê-lo intensamente.



2009/06/18

Certezas...

Por acaso ando bem-disposto.
Por acaso sinto uma vontade enorme de fotografar.
Por acaso não me irrita acordar.
Por acaso começo a gostar dos domingos.
Por acaso encontrei o segundo volume do livro.
Com certeza fui procurar o primeiro.
Com certeza já o encontrei.
Com certeza afirmo que duas partes formam o todo.
Com certeza anseio pelo Domingo.
Com certeza aguardo.
Com certeza estou vivo.
E, com toda a certeza, perco-me no acaso…

2009/06/09

Acaso...

"D'Artagnan calculara o que havia de fazer não indo imediatamente ao Palais-Royal. Dera tempo a que Comminges se lhe antecipasse e por consequência pusesse o cardeal ao corrente dos eminentes serviços que ele, d'Artagnan. e o seu amigo tinham prestado, naquela manhã ao partido da rainha."
Assim começa um livro que procurava talvez desde os meus 14/15 anos. Procurei, procurei e nada. Entrava em alfarrabistas e nenhum o tinha. Nas livrarias obtinha a mesma resposta. Tentei a Bertrand em Coimbra mas nada. A única vez que lhe havia posto a vista em cima foi na casa de um colega meu mas, trantando-se de uma primeira edição, não mo pôde emprestar.
Tinha acabado de ler os três mosqueteiros e o meu pai falou-me do livro que se seguia, deu-me uma luzes acerca deste e aguçou-me o apetite. Infelizmente o que ele lêra havia-se perdido no tempo, esquecido numa mala qualquer.
Acabei por cansar-me e desisti de o procurar também. Nunca mais me havia lembrado dele, até hoje. Não sei porquê mas surgiu-me à cabeça e perguntei por ele. Esperava uma resposta negativa mas foi precisamente o contrário. Dirigimo-nos rapidamente a uma prateleira e ouvi um "Toma, está aqui".
Foi tudo rápido e não senti aquela felicidade imensa de encontrar algo que procurava à muito. Se tivesse sido naqueles dois primeiros anos de busca talvez tivesse gritado de alegria, até porque a idade era outra e a vontade de encontrar também - eu sou mesmo assim, de ideias fixas, e quando crio um fascinio, nem que seja por um livro, não descanso até o encontrar, pode esmorecer mas prevalece.
E foi o que hoje aconteceu e depois pensei sobre isto e foi de facto algo de muito estranho. Havia desistido! Havia esquecido! Mas hoje, a convite, dirige-me lá. Apetecia-me comprar e ler um livro e já lá, de repente, surgiu-me este titulo. Se não tivesse lá ido, se não tivesse perguntado por ele... Foi estranho até porque se o tivesse visto seria diferente mas não foi isso que aconteceu. Perguntei por ele quando já não pensava nele há longos anos. Em 20 segundos emergiu-me à cabeça e outros 20 depois já o tinha na mão.
Enfim... apareceu quando menos esperava.
Ironicamente, trata-se do segundo volume e, logo, terei que aguardar e encontrar o primeiro para que haja um fio. Entretanto... poderei ler outros livros mas, pelo menos, reavivei a vontade de o encontrar.
Ao fim ao cabo, tudo acontece e tudo se encontra, desde que haja paciência e sentido do que se quer.

Termino com um obrigado pelo livro e uma música para todos.



(não me apeteceu limpar o código, amanhã limpo isto de forma a retirar a publicidade e afins)